Bling Ring | Quando a futilidade de Hollywood muda as pessoas

Entre 2008 e 2009, ‘Bling Ring’ foi um dos assuntos mais comentados pela mídia americana. Afinal era um acontecimento histórico no en…
Entre 2008 e 2009, ‘Bling Ring’ foi um dos assuntos mais comentados pela mídia americana. Afinal era um acontecimento histórico no entretenimento. Nunca se esperou que um grupo de adolescentes tivesse a atitude de invadir casas de celebridades, principalmente aquelas que eram fãs, para roubar objetos pessoais e dinheiro, simplesmente para sentir um pouco de como era viver naquele mundo.

Em Bling Ring – A Gangue de Hollywood, Nancy Jo Sales, uma jornalista que já colaborou com vários jornais e revistas, destacou-se com uma entrevista com Alexis Neirs, uma das assaltantes da Bling Ring para a Vanity Fair. Na época a entrevista ficou entre um dos artigos mais lidos da revista e por isso a autora resolveu reunir todo o material de sua pesquisa em um livro reportagem lançado pouco antes do lançamento do filme dirigido por Sofia Coppola. O livro é divido em três partes: O Monstro da Fama, A Dança dos Famosos e Quase Famosos.

Na primeira parte vemos um histórico, ou melhor, um grande relato de um dos principais acusados e envolvidos Nick Prugo. Os outros envolvidos participaram de algumas entrevistas, porém a presença dos advogados impediu uma riqueza maior de detalhes para a jornalista. Aqui vemos como foram ‘organizados’ os assaltos e como o grupo foi aumentando. No total foram sete acusados pelos crimes, sendo que muitos dos que participaram, de acordo com Nick, não foram a julgamento.

Na segunda parte, começamos a ver o ponto de vista das vítimas, no caso, as celebridades Paris Hilton, Lindsay Lohan, Rachel Bilson, Orlando Bloom e alguns participantes de reality shows americanos. Todos se mostrando inconformados com as atitudes dos assaltantes, afinal, mesmo com todo o dinheiro que eles tivessem, a invasão de privacidade e a falta de consideração com objetos pessoais foi muito grande. A maioria fala que até hoje não conseguiram resgatar todos os seus pertences.

Na última parte, a gangue começa a ser descoberta e, além disso, ganham certa fama na internet, pois muitos apoiaram os atos e criaram fã-clubes para eles. Mesmo fingindo que não gostaram de ir para a cadeia ou julgamento, é visível como a felicidade por aparecerem em tabloides e sites como o TMZ, um dos mais famosos do mundo quando o assunto é fofoca.



Apesar do final não ser tão feliz para os participantes, o livro traz uma visão de crime diferente. Acho que por relatar a vida de adolescentes que tem como inspiração esses artistas eles não se contentavam em só enxergar eles em festas. Era necessário viver a vida deles e se possível ser eles. Eu considero o livro muito bom, principalmente por trazer uma reportagem consistente, claro com alguns furos por não relatar a visão de todos os integrantes da gangue. E de acordo com alguns textos publicados após o lançamento do livro por Alexis Neirs, ela pretende publicar um livro com a sua versão da história.

Para o filme, o livro serviu de inspiração mesmo. Todos os personagens foram adaptados, mantendo características dos reais. Muita gente achou também que o filme foi fútil/vazio, mas eu digo o seguinte: ele PRECISAVA ser assim. Não há como relatar esse assunto sem mostrar como as celebridades fúteis podem transformar o ‘mundo real’. Claro que o filme não deve ganhar nenhum Oscar como outros da diretora, mas considero um marco por apresentar a tão glamourizada Hollywood de outra maneira.

A+
A