All POP Stuff Entrevista l Babi Dewet

Escrever o desfecho de personagens que se convive há algum tempo deve ser um dos momentos mais incômodos na vida de qualquer escritor. Fo…

Escrever o desfecho de personagens que se convive há algum tempo deve ser um dos momentos mais incômodos na vida de qualquer escritor. Formada em Cinema, a carioca Babi Dewet se prepara para dizer adeus. O terceiro volume da trilogia “Sábado à Noite”, da Generale, está quase chegando às prateleiras das livrarias de todo o Brasil. Em um bate-papo descontraído, por e-mail, conversamos sobre SAN, o mercado editorial brasileiro e sua paixão pela literatura.

O “aperitivo” que vocês vão ler agora apenas me deixou com mais vontade de conhecê-la pessoalmente. Sério, gente! Já está anotado em minha agenda: não deixar de tomar um frappuccino com a Babi na próxima vez em que eu for ao Rio de Janeiro!

All POP Stuff: Sua relação com as palavras começou com fanfics. Como foi isso?
Babi Dewet: Eu vivia dentro do mundo de Harry Potter e, como morava em uma cidade de interior, não tinha com quem conversar. Encontrei na internet um mundo ilimitado de pessoas, fóruns, sites e chats que trocavam informações, ideias, teorias e fanfics - isso há mais de 11 anos. Decidi começar a compartilhar o que pensava dessa forma. Pouco tempo depois já tinha virado parte de mim. Passei a escrever fanfics de bandas e outros vícios. Assim começou tudo isso e, inclusive, a produção do que seria meu primeiro livro.  

Você é formada em Cinema. Como descreve sua paixão pela literatura?
Eu acabo vendo tudo como filme. Gosto de estar em mil lugares ao mesmo tempo, viver várias vidas, correr pelo mundo e fazer loucuras - sem precisar sair de casa. Amo cinema por isso. Amo a literatura pelo mesmo motivo. E até acho que um completa o outro. Leio pensando em trailer, trilha sonora, cenas e figurinos. Na minha cabeça tudo faz parte!
Seu primeiro livro foi lançado de forma independente e, algum tempo depois, você conseguiu a assinatura de um selo editorial. O processo foi trabalhoso?
Todo processo editorial dá trabalho. Estaria mentindo se dissesse que não. Mas também não é impossível. Na época que lancei de forma independente, o mercado não era como hoje. Hoje é mais fácil se auto publicar do que escrever o próprio livro, sem dúvidas. Isso não tira a grandeza do mercado, claro. Apenas facilitou a movimentação de criatividade e histórias para todas as idades e públicos alvo. O mais difícil, hoje em dia, é conseguir divulgar, distribuir e vender seu livro independente. Fiz isso com muito trabalho e dedicação - até conseguir com que editoras se interessassem por mim. Até hoje é uma batalha, claro. Mas todo dia se torna mais revigorante! 
Sábado à Noite é pura ficção ou tem uma pitadinha da sua realidade?
Tudo tem pitada de realidade! Meus amigos são pessoas super caricatas e que se encaixaram super bem nos meus personagens. Então todos eles estão no livro! Assim como muitos adolescentes que trabalho e que conheci. Eles acabam fazendo parte do meu inconsciente e viram cenas, momentos, diálogos e capítulos. Não sou a personagem principal, estou longe disso, mas sei que adolescentes acabam tendo relação de amor e ódio com ela pelo fato de terem passado por coisas parecidas e não admitirem para si mesmos o quão confusos eram! Eu era confusa. E esquisita, excluída, popular, inteligente e quase repetente. De tudo um pouco. E isso se mostra nos meus personagens. Posso falar melhor porque já vivi tudo isso.


Pra você, o que falta no mercado editorial brasileiro?
Investimento e incentivo! E livrarias, claro. Poucas livrarias detêm o poder de venda de livros no Brasil e isso acarreta uma corrida editorial e uma briga por espaço muito grande. Daí sobra pouco espaço para os pequenos. 
Além de escritora e blogueira, você ainda é professora. Como arranja tempo para todas essas funções?
Não posso te contar a verdade. Apenas direi que meu vira-tempo fica ao lado da minha cama - e que eu na realidade já tenho quase sessenta anos! 
Você é do tipo que senta para escrever ou espera que a inspiração apareça?
Eu até sento para tentar escrever, mas normalmente preciso deixar a inspiração chegar e fluir. Penso o tempo todo, tenho mil ideias, mas sou facilmente distraída por qualquer coisa que seja doce, que toque música ou que me faça procrastinar o trabalho. 
A saga de Amanda invadiu as prateleiras de livrarias de todo o país. Qual é a sensação de ser lida por tanta gente?
Às vezes ainda é bem estranho, admito. Quando entro em uma livraria e vejo meu livro lá, tenho a sensação de que na realidade, no dia a dia, vivo em algum mundo paralelo. É gostoso demais receber emails e recados de leitores de todo o Brasil sobre o livro - positivos ou negativos. Significa que deram uma chance ao meu livro e sou eternamente agradecida por isso! É um sentimento muito bom e revigorante. É de onde tiro minha juventude!
O que você gostaria de dizer aos nossos leitores?
Leitores queridos, muito prazer! Tenho noção de que Sábado à Noite é meu primeiro livro e que ainda tenho muito a melhorar. Mas a história dele é sobre adolescentes, jogos de vídeo game, galera bebendo cerveja atrás da sorveteria, paintball, tardes na praia tocando violão, briguinhas na escola e muita música. Prometo que escrevi com muito carinho e espero que possam passar em alguma livraria e folheá-lo - ou leia pelo menos a introdução! Já vai me fazer muito feliz! 

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