Paixão Obsessiva | Crítica

'Paixão Obsessiva' é um daqueles filmes cujo enredo pode ser usado tanto para o drama quanto para a comédia: uma mulher resolve…
'Paixão Obsessiva' é um daqueles filmes cujo enredo pode ser usado tanto para o drama quanto para a comédia: uma mulher resolve mudar toda a sua vida em função do seu noivo, mas acaba tendo que lidar com as loucuras de uma ex-esposa pra lá de doida.

Eis que começam as contradições quando se tenta analisar a proposta do filme. Fica claro que o gênero proposto aqui está muito mais perto de 'Garota Exemplar', do que de 'A Sogra' (com Jennifer Lopez), com a primeira cena mostrando uma perturbada Rosario Dawson (Julia Banks) tendo que lidar com as consequências de um relacionamento abusivo e violento.

A diretora Denise Di Novi possui um longo histórico na área de produção, porém este é o seu primeiro filme como diretora. Alguns maneirismos genéricos podem ser facilmente percebidos por ser uma diretora de primeira viagem, provocando aquela sensação de filme padrão da "sessão da tarde".


É então que o público pode acabar percebendo o filme com uma outra perspectiva. Katherine Heigl se entrega completamente ao papel da louca ex-esposa, Tessa Connover, e em diversos momentos é ela que carrega o interesse do público ao longo do filme. Conforme as revelações de sua personagem vão vindo à tona, uma mais inacreditável que a outra, o espectador se pega esperando pelo próximo surto psicótico que tornará a vida da personagem principal um inferno ainda pior.

Em questão de técnica, o filme deixa a desejar muitas vezes. Usos preguiçosos de edição e uma trilha sonora desconexa podem afastar aqueles que buscam um filme mais na linha do diretor David Fincher. O roteiro então, é quase como se tivesse saído de uma forma.


Mas o que começa como um suspense acaba se tornando uma farsa, e nem sempre fica claro se esta era a intenção real da diretora, ou se este foi o rumo natural das coisas.  Ao final, temos a sensação de ter assistido a uma daquelas novelas mexicanas que ficaram tão conhecidas por suas tramas absurdas e sua última cena é descaradamente cômica.

Ao final, temos uma reprodução pouco inspirada de diversas técnicas e elementos de roteiro que marcaram décadas passadas do cinema, mas que hoje já estão comprovadamente desgastadas e pouco efetivas.

Um filme que poderia ser bem aproveitado em uma tarde descompromissada de domingo, 'Paixão Obsessiva' trará uma melhor experiência se for assistido com o mesmo olhar que geralmente é exigido por séries como 'Revenge' e 'Greys Anatomy'. Como obra cinematográfica, será facilmente esquecido para dar espaço à suspenses que sejam melhor construídos.

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