Manifesto | Crítica

'Manifesto' é um filme que inicialmente parece estranho, até quem sabe, um pouco cansativo. Mas no momento que você começa a per…
'Manifesto' é um filme que inicialmente parece estranho, até quem sabe, um pouco cansativo. Mas no momento que você começa a perceber como a arte influencia em tudo nas nossas vidas, seja a roupa que vestidos, a decoração de nossas casas ou até mesmo a estética de um trabalho escolar, o filme faz todo o sentido.

Posso dizer que a primeira coisa que chama a atenção no filme é termos Cate Blanchett interpretando 13 personagens diferentes, com monólogos longos (e vários momentos de vazio), que vão se misturando e se encaixando com as cenas, cores e diferentes apresentações físicas da atriz (que são sensacionais). Apesar de ser considerado um drama, eu também arriscaria dizer que é um documentário com opinião de 13 pessoas diferentes, afinal, é basicamente isso que vemos em toda a narrativa.


Deixar as personagens sem nomes distintos, traz uma questão de indiferença para o manifesto proposto. A arte deve ser estuda por todos, independente da classe social ou nível intelectual. E talvez seja mais importante entender a perspectiva de cada artista do que julgá-la apenas pelo o que você está vendo ou lendo. A arte não deve ficar presa em uma caixa, ela deve ser solta, explorada, reaproveitada, passando os créditos para o criador (ou não).

Em questões técnicas, o filme trabalha muito bem com o enquadramento central. Sem esquecer do incrível número de cores e detalhes nas ambientações, figurinos e maquiagens. E como segundo longa do diretor Julian Rosefeldt, Cate Blanchett colaborou e muito para uma narrativa coesa com 13 personagens totalmente diferentes. Minhas favoritas são a mulher no velório e a professora do ensino infantil.


Em um momento que a arte em si é muito discutida no Brasil, que todo mundo quer ser um pouco crítico e trazer seu ponto de vista, 'Manifesto' pode atingir em cheio as pessoas que tem a mente mais aberta e irritar muitos conservadores. Afinal, se a arte não incomodar alguém, talvez seu objetivo não tenha sido concluído.

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