Um Lugar Silencioso | Crítica

Publicado originalmente no Diário de Santa Maria. O cinema de suspense/terror vive momentos de ascensão. O público enche as salas e…


O cinema de suspense/terror vive momentos de ascensão. O público enche as salas e os filmes permanecem por várias semanas nos cinemas. Mas o que se perdeu, durante os últimos anos, foi o silêncio para criar a tensão necessária para levarmos os sustos, afinal, é uma das razões de irmos em filmes desse estilo.

Os jump scares (termo utilizado para definir os momentos de "pulo na cadeira") estão cada vez mais comuns e quem acompanha filmes assim sabe, normalmente, quando algo pode assustador pode acontecer.

Porém 'Um Lugar Silencioso' é responsável por fazer o público reaprender a ficar em silêncio em uma sala de cinema, sendo até constrangedor o mastigar de uma pipoca ou o abrir de uma lata de refrigerante.

Com uma narrativa extremamente silenciosa, que traz boa parte de suas falas em linguagem de sinais ou leitura labial, percebemos que o silêncio pode ser extremamente perturbador, ainda mais quando criaturas podem atacar com o mínimo de barulho criado.


Com direção de John Krasinski, conhecido pela comédia 'The Office', percebemos que ele é um filme extremamente delicado, cheio de cuidados e possibilidades de tornar-se um dos grandes suspenses do ano. E isso faz com que o elenco, formado por Emily Blunt, Millicent Simmonds, Noah Jupe e o próprio diretor, aprendessem a interpretar de outras formas.

Uma simples mudança no olhar já muda a narrativa dos personagens, assim como as combinações e truques para abafar sons, buscando a libertação de criaturas que quase destruíram a humanidade. Sem contar que o medo é muito visível entre eles, que buscam soluções de manter-se vivos e quem sabe buscar ajuda de alguma população distante via ondas de rádio.


Apesar de trazer uma narrativa já conhecida em outros filmes, o que gera o maior impacto é como o silêncio está desaparecendo do nosso dia a dia e que possuímos muita dificuldade de interagir com ele. É só lembrar daquele dia que você está sozinho e deixa uma música tocando no fundo ou até a televisão ligada para dar a ideia de que a casa não está sozinha. Isso faz perceber que realmente temos medo do silêncio.

A dica é: prepare-se para ficar uma hora e meia em silêncio. É uma oportunidade para vivenciar por completo uma imersão cinematográfica.

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