A Bela e a Fera | Crítica

"Remake" do clássico dos anos 90, 'A Bela e a Fera' chega aos cinemas trazendo à tona muitas emoções para todos qu…

"Remake" do clássico dos anos 90, 'A Bela e a Fera' chega aos cinemas trazendo à tona muitas emoções para todos que cresceram cercados dos clássicos da Disney, e se mostra o tempo todo ciente de seu aclamado predecessor.

Escalando Emma Watson (uma das atrizes favoritas da nova geração) no papel principal, o filme deixa clara a sua intenção de dialogar com uma nova geração de espectadores e não tem medo de incluir novas músicas e pequenos adendos a história de alguns personagens. O velho e o novo podem ser vistos trabalhando em harmonia ao ouvir Céline Dion (da versão original de "Beauty and the Beast") interpretando uma das novas canções para o filme.


Observando os três atos do filme, é possível notar que o primeiro deles é eficiente em apresentar o universo, seus personagens e suas interações (mas até aí, o filme original também tinha o mesmo mérito e aqui se aplica o velho mantra: "Em time que está ganhando, não se mexe").

Já no segundo ato, as comparações acabarão sendo mais duras. Um ponto alto do filme original é o encanto proporcionado pelos utensílios do castelo como Lumiére e Mrs. Potts, e talvez deveria ter sido mais observado quando se pensa na cativação do público infantil. Diferente da animação onde os traços eram mais "fofinhos" e maleáveis, no novo filme temos representações mais realistas que embora sejam bonitas de se ver, não trazem a mesma simpatia de antes.

Por fim, o terceiro ato culmina em uma grande produção. Assim como no original, o público se diverte assistindo aos utensílios darem uma verdadeira surra no povo do vilarejo e o filme não deixa à desejar neste quesito.


As novas músicas não são ruins, mas nem de perto possuem a mesma ambição de serem clássicas. Percebe-se que o filme usa estas novas canções para contextualizar (ou, as vezes, até mesmo narrar) certas passagens desta história expandida, o que pode agradar os fãs de musicais como 'Les Miserables' ou 'Moulin Rouge', mas nem sempre acabam se encaixando de maneira orgânica com a trilha original.

Emma Watson e Dan Stevens não decepcionam como o casal principal, mas quem realmente rouba o filme é Luke Evans como Gaston. Contracenando com Josh Gad, o LeFou, em cenas que com certeza ficarão entre as mais lembradas desta adaptação, o vilão é bem balanceado e traz toda a repugnância do personagem ao lado de um tom cômico bem acertado.

'A Bela e a Fera' é mais um passo na ambiciosa empreitada da Disney de nos entregar novas "roupagens" de seus maiores clássicos que sejam, não só ótimas adaptações, como também tão relevantes e deslumbrantes quanto os anteriores.

Com este objetivo em mente, o novo filme pode não ser tão deslumbrante quanto 'Mogli: O Menino Lobo' de Jon Favreau, mas faz um ótimo trabalho em apresentar esta história para novas gerações com a relevância necessária, sem nunca deixar de agradar os antigos fãs deste "conto tão velho quanto o tempo".

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