Meu Malvado Favorito 3 | Crítica

Sete anos depois, a franquia 'Meu Malvado Favorito'  ainda é capaz de gerar momentos interessantes, mas a dificuldade clarament…

Sete anos depois, a franquia 'Meu Malvado Favorito' ainda é capaz de gerar momentos interessantes, mas a dificuldade claramente aumentou. E em 'Meu Malvado Favorito 3', a dublagem pode ser a linha tênue entre a risada e a vergonha alheia.

Eis que depois do filme 'Minions' ser mal-recebido, a galera por trás da franquia percebeu que os pequenos amarelos são muito melhor utilizados como coadjuvantes. Gru está de volta, assim como todo o resto de sua família peculiar (a não ser pelo doutor Nefário, que está congelado em carbonita). Além destes, dois novos personagens são introduzidos com o vilão Baltazar Bratt e o irmão gêmeo perdido de Gru: Dru

Os dois novos personagens representam as duas tramas do filme, que se intercalam de maneira conveniente, mas que dificilmente geram empolgação e expectativa em qualquer um dos lados. Não que um filme voltado ao público infantil precise ter uma trama complexa, longe disso, mas dentre os quatro filmes da franquia, esta deve ser a trama mais simples e mal-trabalhada que já vimos.

Um ponto alto em meio a esta mesmice são os designs que a franquia sempre entrega. Um mais invetivo que o outro, geralmente bem desproporcionais e chamativos, tais designs enchem a tela com detalhes interessantes de se notar. Seja com um carro voador repleto de armas e mísseis, ou o tamanho do beliche das filhas de Gru.


Os Minions continuam engraçados e as pequenas meninas de Gru também. Os melhores momentos do filme ficam por conta destes personagens. As interações de Gru e Dru podem até arrancar alguns risos, mas como eu disse no começo do texto, a dublagem acaba se tornando ser crucial.

Interpretado na versão brasileira por Evandro Mesquita, o novo vilão é um paródia de programas infantis dos anos 80, com problemas para se desvincular de seu passado. Sua frase de efeito, que carrega com sigo até hoje, foi traduzida como "Eu sou um menino mau demais". Traduções são sempre difíceis de emular a mesma tonalidade e intenção da frase original, mas com o dublador adequado, já vimos algumas traduções tornarem o material ainda melhor. Não é caso aqui, e algumas piadas poderão acabar passando despercebidas pelas crianças, sem nem mesmo interessar aos pais.


O uso de palavras em inglês sem tradução também acaba soando estranho na boca dos dubladores brasileiros e acabam com momentos cômicos essenciais para diversas cenas do filme. Considerando que diversas piadas chegam a fazer algumas referências moderadamente interessantes, chego a ficar curioso para conferir o filme no idioma original, para ver se minha opinião pode mudar.

A franquia está claramente cansada. A inovação das histórias e dos personagens está se tornando uma obrigação evidente e certos elementos acabam sendo colocados no filme simplesmente por que devem estar lá, como parte de uma manutenção. Gru e sua turma já foram melhor elaborados no passado, com ou sem a dublagem lamentável.

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