'Fate: A Saga Winx' erra ao ser parecida demais com 'Riverdale' e 'Instrumentos Mortais'

Série da Netflix não cria um padrão estético próprio e fica na mesmice


Conforme o tempo passa, inúmeros clássicos da literatura, televisão ou cinema ganham versões repaginadas. Nos últimos anos acompanhamos novas visões e versões de personagens da Archie Comics na série 'Riverdale''O Mundo Sombrio de Sabrina' e 'Katy Keene', uma nova adaptação da série de livros de Cassandra Clare, 'Os Instrumentos Mortais', e muito em breve também vamos conhecer uma versão nova de 'Percy Jackson', para o Disney+. 

Na última semana, a Netflix apostou nessa nostalgia ao lançar para o público a série 'Fate: A Saga Winx', inspirada na animação italiana 'O Clube das Winx', de 2004, criada pelo estúdio Rainbow, que mais para frente fechou uma parceria com a Viacom/Nickelodeon (o que colaborou com a sequência da ideia de um live action). 

A série animada (que você pode conferir todos os episódios nesse canal [não oficial] do Youtube) é uma explosão de cores, sem contar com alguns estereótipos corporais (que felizmente foram adaptados para essa nova versão) e até a repetição de alguns formatos de transformação de personagens, no maior estilo 'Sailor Moon'.

Por alguma razão, a série ignorou todas as cores da versão original e apostou no estilo 'Riverdale', ou melhor, 'The Vampire Diaries', afinal parte dos roteiristas dessa série fizeram parte da equipe para apresentar esse tom mais sombrio e adolescente, mas com um toque de dramas familiares, ao público. E isso influenciou muito na criação de um universo mais "fantástico", que poderia seguir algumas ideias de 'Jogos Vorazes', e as roupas extravagantes de Effie Trinket, ou até mesmo 'Aves de Rapina'.

O tom sombrio influencia também nos cenários de Alfea, que tornam-se genéricos. Simplesmente parece que escolherem qualquer locação com um estilo medieval, que precisava lembrar 'Harry Potter', afinal parte dos personagens tem poderes mágicos, mas precisava ter um toque moderno, já que os estudantes usam celulares e computadores.

Sobre a história, confesso que fui relembrar como era a animação 'O Clube das Winx' após assistir a nova série. Em sua estreia no Brasil, não acompanhei e não criei interesse pela história. Ao assistir é possível ver que são dois produtos extremamente diferentes, que contam histórias um tanto quanto parecidas. 

Para ser sincero, 'Fate: A Saga Winx' conseguiu apresentar minimamente seus personagens, mas precisava de mais alguns episódios para inserir por mais tempo as histórias de Musa e Aisha. Para algumas personagens, como Bloom e Stella, o roteiro recorreu por muito tempo sobre uma possível competição, mas finalização com a união da veterana da escola com a novata para enfrentar os Queimados, que tentavam invadir a escola.

Outro ponto que senti falta foi explorar por mais tempo o passado de Alfea e os dirigentes da escola. Em sua maior parte são apresentados flashes muito curtos. E isso foi claramente feito para introduzir as mesmas histórias do passado em uma possível nova temporada, que poderia simplesmente apresentar um novo vilão, mas certamente vão ficar revivendo inúmeros momentos da primeira temporada.

Finalizando, 'Fate: A Saga Winx' é a série que você pode até tirar um cochilo entre uma cena e outra, pois ao acordar você ainda entenderá a história. Certamente é um universo muito mais rico em versões animadas do que em um live action e que teve seu momento mais "fantástico" no último episódio da temporada. A história não é ruim, mas pode ir além em uma próxima temporada.

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