'Ela & Eu' mostra que reencontros e convivência ajudam a curar feridas

Andrea Beltrão e Lara Tremouroux estrelam novo filme nacional

'Ela & Eu', é o segundo longa-metragem de ficção de Gustavo Rosa de Moura (Canção da Volta) e chegou hoje, 21 de julho de 2022, nos cinemas. Com uma história de reencontros e convivência, acompanhamos uma narrativa inicialmente difícil, mas que mostra que o tempo pode ajudar a curar algumas feridas.

O início da narrativa incluí esse momento difícil que comentei anteriormente. No dia em que Bia (Andrea Beltrão) vai ao hospital dar a luz, ela passa mal e acaba entrando em coma, pouco depois do nascimento da filha, Carol (em sua versão adulta, interpretada por Lara Tremouroux).


Sem ver possibilidades de um retorno positivo do caso, Carlos (Eduardo Moscovis) e Carol convivem diariamente, durante 20 anos, com a Bia. Nesse meio tempo, Renata (Mariana Lima) e Sandra (Karine Teles) entram na vida da família. A primeira é a nova companheira de Carlos e que Carol considera como mãe. Já Sandra é a cuidadora da Bia, que acompanha todo o caso e consequentemente as narrativas da casa.

O inesperado nessa história é que Bia desperta do coma após todo esse tempo. Com isso, ela precisa reaprender basicamente tudo, desde a fala, movimentos, a interação humana e entender os afetos presentes, principalmente de sua filha.


Como tudo muda, Carol tranca a faculdade para passar mais tempo com a mãe e, consequentemente, economizar com no investimento de ter mais uma cuidadora ou mais tempo de serviço de Sandra. Isso, apesar de ser ótimo para o relacionamento mãe e filha, que ela sempre idealizou, dá uma balançada em seu relacionamento com Giovanna (Jéssica Ellen).

De certa forma, o despertar da personagem trouxe novas perspectivas para as pessoas que conviviam na casa. Ainda mais quando você tem a possibilidade de reencontrar sentimentos perdidos ou que ficaram reprimidos, pois não sabiam ao certo se deveriam ser expostos.


É curioso como a narrativa das primeiras vezes funciona perfeitamente no filme. Afinal tudo o que Bia precisava era de tempo para sua recuperação após o despertar do coma. Bia se mostra muito esforçada em tentar voltar a ter uma vida independente. Provavelmente por perceber que seu tempo naquela casa está se esgotando, afinal ela precisa dar espaço e liberdade para os relacionamentos dos outros crescer. 

Um pensamento que fiquei após assistir, foi que esse é um filme que "gringo adoraria copiar". Ainda mais quando apresentamos narrativas de ascensão, redescobrimento, altos e baixos. Como exemplos fica o filme francês 'Intocáveis' ou o mexicano 'Não Aceitamos Devoluções', replicados em algumas partes do mundo.


O filme 'Ela & Eu' estreou no 54º Festival de Brasília, em 2021, e recebeu três prêmios: melhor atriz (Andrea Beltrão), melhor ator (Eduardo Moscovis) e melhor roteiro (Gustavo Rosa de Moura, Andrea Beltrão e Leonardo Levis). 

O filme participou ainda do Festival do Rio (hors-concours) e do 1º Festival de Vassouras, onde ganhou 5 prêmios: melhor som (Confraria de Sons & Charutos e Lars Halvorsen), melhor ator (Eduardo Moscovis), melhor atriz coadjuvante (Mariana Lima), melhor roteiro (Gustavo Rosa de Moura, Andrea Beltrão e Leonardo Levis) e melhor filme. 
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