A Invenção de Hugo Cabret: entre engrenagens e magia

O livro de Brian Selznick mistura palavras e imagens para contar uma história emocionante
Aproveitando que na próxima semana estreia nos cinemas a adaptação cinematográfica de 'A Invenção de Hugo Cabret', de Brian Selznick (com tradução de Pedro M. Ferreira), resolvi compartilhar uma resenha do livro, lançado em 2007 pela Edições SM.

À primeira vista, o volume impressiona com suas quase 600 páginas, mas não se assuste: a leitura é muito rápida! Consegui ler tudo em cerca de duas horas. Isso acontece porque grande parte da narrativa é composta por belíssimas ilustrações, que não são apenas decorativas, elas são parte essencial da história. Sem as imagens, o enredo perderia boa parte do seu encanto e sentido. É como se as figuras "falassem" tanto quanto o texto.

A história acompanha Hugo, um garoto órfão que vive escondido na estação de trem de Paris, onde cuida dos relógios do local. Após a morte de seu pai, ele passou a morar com o tio, que fazia a manutenção dos relógios, mas que está desaparecido. Sozinho, Hugo tenta sobreviver e, ao mesmo tempo, consertar um misterioso autômato que seu pai estava restaurando: uma espécie de robô que escreve mensagens. Para isso, ele rouba peças da banca de brinquedos da estação, pertencente ao mal-humorado Georges.

Georges vive com sua afilhada, Isabelle, uma menina inteligente, apaixonada por livros, que mesmo com o jeito fechado do padrinho, gosta de sua companhia. Um dia, ao tentar roubar novamente, Hugo é pego. Durante o confronto, Georges encontra um caderno com desenhos do autômato e fica profundamente abalado ao vê-lo. Hugo foge, mas perde o caderno — uma das últimas lembranças de seu pai.

Para tentar recuperá-lo, Hugo começa a trabalhar na loja de Georges. Isabelle promete ajudá-lo, mas os dois começam a desconfiar do padrinho, que está cada vez mais estranho desde que viu os desenhos. A revelação vem quando Hugo descobre que a chave em forma de coração que Isabelle carrega no pescoço é capaz de ativar o autômato. O que ele revela muda tudo: um desenho com a assinatura de Georges Méliès, nada menos que um dos maiores nomes do cinema mundial.

O livro é incrível e dá vontade de reler várias vezes. Achei especialmente legal que os personagens no filme são muito semelhantes aos que aparecem nas ilustrações do livro. Pelo trailer, já deu pra perceber que a adaptação se manteve fiel ao espírito da obra original.

E vale lembrar que o filme está concorrendo ao Oscar 2012 em 11 categorias e já levou o Globo de Ouro de Melhor Diretor. A estreia aqui no Brasil é na próxima sexta-feira (17 de fevereiro de 2012). Se puderem, leiam o livro antes de ver o filme, vale muito a pena!

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