Máquina de Pinball, de Clara Averbuck

Como prometido, a primeira resenha do "Mês Averbucks" . No caso, estou considerando a ordem cronológica de lançamento e o prime…

Como prometido, a primeira resenha do "Mês Averbucks". No caso, estou considerando a ordem cronológica de lançamento e o primeiro livro da Clara Averbooks é "Máquina de Pinball", lançado em 2002 pela Conrad e relançado em 2012 pela Editora 7Letras.

O livro começa com uma carta de apresentação de Antonio Abujamra, ator e diretor brasileiro. Já na sequencia nos deparamos com o formato de escrita de Clara. Em capítulos curtos, com um trecho de música dando uma pitada do que podemos esperar daquele momento da história, conhecemos Camila Chirivino, uma jovem de 22 anos que largou a faculdade de Jornalismo e Letras para curtir o mundo, os amigos, seus gatos e fazer o que mais ama: escrever.

Durante sua narrativa, percebemos que a personagem passa por muitas fases, tanto psicológicas, amorosas e de mudanças. É simples ver que as atitudes dela não são muito diferentes do que nós fazemos em nosso dia a dia, principalmente quando levamos em conta as indecisões sobre o que queremos fazer da vida.

Será que queremos ficar atrás de uma mesa de escritório, trabalhando para pessoas com a mente fechada e que não levam em conta sua opinião? Ou simplesmente devemos tomar decisões loucas, sair para beber com os amigos, escutar suas músicas favoritas no som mais alto, viajar com pouca grana e mendigar por algumas moedas para comer alguma coisa ou simplesmente voltar pra casa?

Acho que a segunda é a melhor opção para definir Camila e muitos da nossa/minha geração. Percebi, muitas vezes, que a personagem mesmo com pouco dinheiro ou às vezes angustiada por estar sozinha, não era infeliz. Ela estava ali, no mundo dela, criando seu espaço para atingir coisas melhores no futuro. E mesmo quando ela estava em locais diferentes (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro ou Londres), Camila não tinha dúvidas de quem era. E acho que esse é o ponto: saber quem realmente somos, onde estamos e viver intensamente todos os momentos.

A leitura desse livro é muito rápida, não só considerando as 90 páginas, mas também sua narrativa ágil e inteligente, que deixa o leitor intrigado com a situações e faz com que ele não queira desgrudar desse pequeno rumo de acontecimentos na vida da personagem.

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