Una | Crítica

Se você procura uma história densa, instigante e pertubadora para assistir nos cinemas, é isso que irá encontrar no filme 'Una'…

Se você procura uma história densa, instigante e pertubadora para assistir nos cinemas, é isso que irá encontrar no filme 'Una'. Adaptado da peça 'Blackbird', de David Harrower, o filme foi dirigido por Benedict Andrews e tem como protagonistas Rooney Mara (Carol) e Ben Mendelsohn (Rogue One: Uma História Star Wars).

No filme acompanhamos a complicada história de Una (Mara) e Ray (Mendelsohn), que tiveram um relacionamento quando a garota tinha apenas 12 anos e ele 41. Ray era vizinho da menina, amigo de seu pai e convivia com eles nas festas do bairro e no dia a dia, quando via a garota voltar da escola ou até mesmo por ligações telefônicas.

Ray tinha, aparentemente, um relacionamento feliz, porém via que a fuga com a garota dava uma sensação diferente, de que tudo seria melhor. Una era muito nova e não percebia o que aquele relacionamento poderia causar em sua vida caso alguém descobrisse. Porém, depois de viajarem juntos e se desencontrarem entre uma saída de Ray até o mercado, tudo foi descoberto.


Ele foi levado a julgamento e ela pode participar somente com depoimentos em vídeo, afinal era menor de idade. Nas gravações é possível ver como a garota se sentiu conectada com ele, porém aquele relacionamento não poderia dar certo. Ray foi condenado por abuso sexual de menor e Una nunca mais teve a mesma vida.

Anos depois, já adulta, Una resolve tirar a história a limpo, entender tudo o que aconteceu e porque ele desapareceu justamento no dia em que viajaram juntos. É aí que ela descobre, na empresa em que Ray trabalha, que ele mudou de nome. Agora ele se chama Peter, está em um novo relacionamento (que sabe sobre seu passado) e responsável por um grande número de funcionários na empresa. 


Una fica chocada ao ver que na vida dele pouco mudou, que ele conseguiu seguir tranquilamente. Já ela sofreu bullying na escola, perdeu amigos e a confiança dos familiares. E isso ela ressalta no encontro com ele: o abuso acaba para homem depois do julgamento. Para a mulher é para sempre, principalmente ao ser julgada pelos outros.

Em meio a muitos flashbacks e discussões, os dois mostram como um erro pode afetar sua vida para sempre. Principalmente se analisarmos o lado da vítima, Una. Ela, quando adolescente não estava enxergando o erro e teve dificuldade de aceitar que seu "primeiro amor" não poderia acontecer. Sem dúvidas uma história atemporal, que merece ser vista, revista e discutida, principalmente nesse momento em que tantos casos de assédio e abusos estão sendo denunciados. O importante é não ficar calado.

Disque 100 - Direitos Humanos e Abuso Infantil
Disque 180 - Violência contra mulher

Postar um comentáriofacebookdisqus

0/0 Comentários/Comentários

A+
A