A Marvel Studios inicia o seu décimo ano com uma de suas produções mais corajosas, políticas e marcantes: Pantera Negra, aguardado filme sobre o defensor de Wakanda. Embora tenha levado dez anos para um herói negro ganhar um filme solo, a espera valeu a pena.
O longa já nos reapresenta os personagens após os eventos de 'Capitão América: Guerra Civil', onde T'Challa (Chadwick Boseman, de 'King: Uma História de Vingança') foi apresentado, e mostra o tempo que se passou entre um filme e outro, iniciando a jornada do herói e também do vilão. A direção e o roteiro de Ryan Coogler (Creed: Nascido para Lutar) são precisos ao abrir a narrativa com flashbacks que ganham sentido ao longo da trama, ao mesmo tempo em que introduzem novos personagens e vilões em núcleos distintos no primeiro ato.
As atuações são consistentes, com destaque para o elenco feminino, que se firma como um dos mais fortes do MCU, em especial a personagem da irmã do protagonista. Há certo excesso de CGI, mas as cenas de luta estão entre as mais bem coreografadas da franquia até então. A trilha sonora se equipara em qualidade à de Guardiões da Galáxia, enquanto o figurino, tão colorido quanto o de Thor: Ragnarok, impressiona ainda mais pela riqueza de detalhes, valorizando a moda e a cultura do povo de Wakanda.
A fotografia é outro ponto alto, especialmente nas locações da Coreia do Sul e nas cataratas do Iguaçu, na Argentina, além dos cenários construídos em Atlanta. Ainda assim, a fictícia Wakanda poderia ser melhor explorada: apenas duas ruas externas realmente ganham destaque, enquanto o restante é dominado por CGI.




