'Skinamarink: Canção de Ninar' é silencioso e incômodo (até demais)

O filme deveria ser um curta


'Skinamarink: Canção de Ninar' é um filme de suspense/terror muito diferente dos que já assisti. Confesso que apesar de ter ficado animado com o trailer, demorei muito para me conectar com o filme. Talvez as variações de altura do som, que davam uma certa inconstância para a narrativa e até uma dificuldade para assistir. Sem contar que não conhecemos os personagens objetivamente. Eles são só pés, pessoas de costas, sombras e vozes.

Como assisti por cabine digital, pedi também para conferir também a versão dublada, para entender se esses pontos ficavam exclusivos ao áudio original. As falas ficam um mais claras, provavelmente por alguma mixagem de áudio diferente do original. Mesmo assim, o problema do filme parece ser estrutural. 

Algo do filme que me atrapalhou foi parecer que eu não estava entendendo o que acontecia. Na verdade fiquei pensando "eu realmente preciso entender?". Algo que fiz, quando vi que o filme não estava funcionando, foi mudar minha "estrutura" para assistir o filme, deixando a sala de casa mais escura possível, assim como em um cinema, o som um pouco mais elevado do que normalmente escuto. E da mesma forma, parece que o filme não acontece.

Os sussurros, feixes de luz entre portas, o silêncio e a escuridão atrapalham, tiram um ápice que estava esperando, que por muitas vezes só acontecem com uma sequência de sons altos, o famoso jump scare. Esperei ser surpreendido, mas não aconteceu. Para onde vão todos esses elementos que aparecem e desaparecem com um piscar de olhos e de um som estridente?


Entendo que é uma proposta experimental do diretor e roteirista Kyle Edward Ball. Mas esse experimento não funcionou para mim. Os minutos finais podem até ser visualmente mais impactantes, mas nem isso segura a narrativa criada. Considero que ele seria um ótimo curta metragem, não um filme de 1h40.

Me incomoda muito o fato de ser o tipo de filme que você é obrigado a procurar uma interpretação para os elementos e fatos acontecerem. Isso tudo a partir de suposições da internet, nada concreto divulgado pelo diretor ou produção. Só reforça como sua estrutura é fraca.

Curiosamente, descobri ontem que o filme já ganhou até uma paródia de comédia, estrelada por uma pelúcia do Elmo, personagem da 'Vila Sésamo'. Mas quando digo que o problema é o formato da história, é que nem com um elemento de comédia, consegui achar bom.

'Skinamarink: Canção de Ninar' estreia nos cinemas brasileiros em 23 de março, com distribuição da A2 Filmes.

Postar um comentáriofacebookdisqus

0/0 Comentários/Comentários

A+
A