Em 2010, a Fox lançou 'Percy Jackson e o Ladrão de Raios' ('Percy Jackson and the Olympians: The Lightning Thief', Canadá/Estados Unidos), aparentemente uma tentativa de iniciar sua própria franquia de sucesso baseada numa popular série literária infanto-juvenil, a exemplo do que a Warner conseguira com 'Harry Potter'. 'Percy Jackson e os Olimpianos', escrita pelo americano Rick Riordan, estende-se por cinco livros e integra mitologia grega à época atual. Ex-professor de História e Inglês, Riordan teria começado a obra ainda na década de 90, inspirado por contos que criava para o filho pequeno. A publicação do primeiro volume chegou apenas em 2005, e em conjunto a coleção vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo.
Na ocasião do seu lançamento nos cinemas, 'O Ladrão de Raios' teve recepção mista. Uma das divisões se observava entre aqueles que viam como qualidade a introdução da mitologia ao público adolescente, e aqueles que descartavam a ideia por se tratar de uma deturpação dos mitos gregos. Como filme, funcionava relativamente bem ao equilibrar comédia, drama e aventura numa história de descoberta e amadurecimento que envolvia poderes, ameaças e... deuses do Olimpo — provavelmente um bom chamariz. De produção um tanto modesta, mas que soube tirar proveito do que dispunha, este primeiro filme teve direção de Chris Columbus (não por acaso o diretor dos dois primeiros 'Harry Potter') e trazia um elenco de apoio com nomes interessantes, se não dá para dizer o mesmo dos protagonistas (Logan Lerman, porém, viria a provar seu talento). A bilheteria não se mostrou tão generosa quanto os estúdios esperavam, mas talvez houvesse chance de 'Percy Jackson' não ter o mesmo destino que fantasias anteriores com pretensões semelhantes — 'Eragon', 'Ponte para Terabítia', 'A Bússola de Ouro', 'As Crônicas de Spiderwick', para citar alguns.
Na ocasião do seu lançamento nos cinemas, 'O Ladrão de Raios' teve recepção mista. Uma das divisões se observava entre aqueles que viam como qualidade a introdução da mitologia ao público adolescente, e aqueles que descartavam a ideia por se tratar de uma deturpação dos mitos gregos. Como filme, funcionava relativamente bem ao equilibrar comédia, drama e aventura numa história de descoberta e amadurecimento que envolvia poderes, ameaças e... deuses do Olimpo — provavelmente um bom chamariz. De produção um tanto modesta, mas que soube tirar proveito do que dispunha, este primeiro filme teve direção de Chris Columbus (não por acaso o diretor dos dois primeiros 'Harry Potter') e trazia um elenco de apoio com nomes interessantes, se não dá para dizer o mesmo dos protagonistas (Logan Lerman, porém, viria a provar seu talento). A bilheteria não se mostrou tão generosa quanto os estúdios esperavam, mas talvez houvesse chance de 'Percy Jackson' não ter o mesmo destino que fantasias anteriores com pretensões semelhantes — 'Eragon', 'Ponte para Terabítia', 'A Bússola de Ouro', 'As Crônicas de Spiderwick', para citar alguns.
Pois a continuação chega três anos depois, e 'Percy Jackson e o Mar de Monstros' ('Percy Jackson: Sea of Monsters', Estados Unidos) não responde pelo investimento — dos fãs, dos produtores e dos que eventualmente esperavam por um filme melhor que o primeiro. Columbus agora está como produtor, e o comando é de Thor Freudenthal, de 'Um Hotel Bom pra Cachorro' e 'Diário de um Banana'. E que trabalho inexpressivo: a fotografia demasiado escurecida (mesmo em 2D) parece apenas uma desculpa para esconder a irregularidade dos efeitos visuais, uma artimanha comum; as sequências de ação, que têm tempo proeminente de tela, ficam no genérico e não empolgam; e a deplorável escolha de jogar coisas contra a câmera em busca de algum realismo maior aqui parece um vício (na cena do hipocampo, pelo menos quatro vezes em menos de um minuto).
O desenvolvimento da história é constantemente interrompido pelas incansáveis tentativas de humor (Tyson, meio-irmão de Percy; as taxistas cegas; as presenças deslocadas de Stanley Tucci e Nathan Fillion), deixando pouco tempo para que as questões dramáticas — as que realmente movem a trama — fossem exploradas. Porém, de um roteiro que abandona (o sátiro que ajuda Clarisse) ou insere (os zumbis) personagens sem maiores explicações, seria realmente demais esperar que a relação de Percy com o irmão representasse algum momento de comoção no filme, e não apenas pura reviravolta apressada. A batalha do clímax é tão mal conduzida que o que era para representar algum perigo é combatido com dois golpes; fica ao menos uma interessante revelação, um novo personagem que, se a saga continuar no Cinema, pode esquentar as coisas. Porque depois dessa água fria na cara, é disso que 'Percy Jackson' mais precisa.