Jogos Vorazes: Em Chamas | O Filme

Jogos Vorazes: Em Chamas ( The Hunger Games: Catching Fire , Estados Unidos, 2013) é o segundo na adaptação para o Cinema da trilogia l…

Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, Estados Unidos, 2013) é o segundo na adaptação para o Cinema da trilogia literária de Suzanne Collins. É continuação de Jogos Vorazes, de 2012, e precede os dois filmes que compreendem a história do terceiro livro, A Esperança, a serem lançados em novembro de 2014 e 2015.

Atestado o enorme sucesso que a franquia pode render em bilheteria (Jogos Vorazes tem a décima quarta maior arrecadação nos Estados Unidos), houve segurança para que o estúdio investisse quase que o dobro de dinheiro para a produção de Em Chamas. Gary Ross, que havia escrito e dirigido o primeiro filme em parte por interesse pessoal pela história, agora dá lugar a Francis Lawrence (de Constantine, Água para Elefantes e Eu Sou a Lenda), e o roteiro fica a cargo de Simon Beaufoy e Michael Arndt, já vencedores do Oscar.

Esse tanto de investimento se reflete numa produção mais acabada tecnicamente, mas igualmente pungente em termos narrativos. Seja nas lembranças traumáticas que invadem a mente de Katniss já no início da projeção, ou na comoção cada vez mais evidente nos distritos, ou na empatia crescente de Effie (cujo arco dramático responde por alguns dos momentos mais emocionantes do filme), a gravidade da situação é efeito das transformações que os personagens estão ao mesmo tempo experimentando e provocando, e Em Chamas mantém um clima de instabilidade e tensão, de expectativa pelo que está por vir, que cria um envolvimento forte com quem está assistindo. Não há concessões: a crítica a um tanto de aspectos socioculturais nocivos da atualidade é o centro da distopia criada por Collins, e representa uma entidade prestes a ruir.

É no mínimo pertinente que o filme seja lançado num ano em que o mundo se indignou com a exposição dos programas de espionagem, ou em que o povo brasileiro foi às ruas protestar, por exemplo — a revolta e a determinação gravadas na soberba cena final se estendem a todos que já se viram de alguma forma oprimidos, e é sinal de que as coisas estão por mudar. Se levar dois filmes ou vários anos, enfim, a semente já está plantada.

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