Como Ser Solteira | Crítica

A maioria das comédias românticas seguem o mesmo padrão e sempre focam em um casal especifico, ou até vários casais, e assim acabamos n…

A maioria das comédias românticas seguem o mesmo padrão e sempre focam em um casal especifico, ou até vários casais, e assim acabamos não conhecendo os personagens de uma forma mais individual e é nesse ponto que 'Como Ser Solteira' acerta. Focando exclusivamente na vida de quatro mulheres solteiras, sendo que três delas aceitam totalmente isso e apreciam a vida de solteira da melhor forma possível.

Alice (Dakota Johnson, 'Cinquenta Tons de Cinza') é a protagonista que acabou de sair de um relacionamento longo e que só quer saber como é a vida de solteira. Johnson não faz feio e leva o posto de protagonista muito bem. Sua personagem não é caracterizada como uma garota solitária, ou louca por homens, é uma garota jovem que gosta de ser solteira, e que procura o amor, mas enquanto esse amor não chega, não a nada para se preocupar, afinal a garota ainda está na casa dos vinte anos.

Meg (Leslie Mann, 'The Bling Ring: A Gangue de Hollywood') é irmã de Alice e aceita ainda mais o fato de ser solteira e muito bem sucedida em sua carreira. No entanto, faz uma escolha difícil e decide ser mãe solteira através de uma inseminação artificial. O roteiro trata isso com muito respeito e a atriz mostra os sentimentos de uma mulher nessa situação de uma maneira muito convincente, tanto nos momentos dramáticos, quanto nos momentos engraçados.

Também temos Robin (Rebel Wilson, 'A Escolha Perfeita'). A personagem é o grande alívio cômico do filme, com  ótimas piadas e o carisma inigualável de Wilson, mas é difícil desvincular essa nova personagem da Amy Gorda da franquia musical que trouxe a atriz para o estrelato. Além disso, o roteiro não se aprofunda em Robin e acabamos não conhecendo as verdadeiras motivações da personagem, além de uma tentativa de plot twist que não possuí tanto impacto assim.

E por último temos Lucy (Alison Brie, 'Pânico 4'), uma garota que acredita que o amor pode ser decifrado com fórmulas matemáticas do excel para achar o "cara perfeito". No começo, a personagem é até carismática e possuí boas cenas cômicas, e mesmo que o marketing do filme nos faça acreditar que ela é uma das protagonistas, ela nem mesmo interage com Alice, Meg e Robin e também possuí pouquíssimo tempo em tela em comparação com os outros personagens. Seria interessante conhecer um pouco mais da personagem, mas acredito que os roteiristas não quiseram focar muito nela.

O elenco masculino do filme também não deixa a desejar. Tom (Anders Holm, 'Um Senhor Estagiário') é o típico galã que nunca vai embora do bar sozinho. David (Damon Wayans Jr., 'New Girl') é um pai solteiro que ainda não está pronto para namorar após a morte da esposa. Josh (Nicholas Braun, 'As Vantagens de Ser Invisível') é o ex-namorado indeciso de Alice que permanece o filme todo tentando decidir se a ama ou não. E por último temos Ken (Jake Lacy, 'Girls'), o garoto apaixonado que no fim das contas realmente se torna o cara perfeito que muitas garotas idealizam. Todos os quatro estão ótimos em cena, possuem uma boa veia cômica e conseguem se destacar, mesmo com as mulheres sendo as protagonistas.

O figurino e a fotografia do filme são um show à parte, a escolha por cores vivas, além das filmagens em locações e não em cenários dão um tom especial para os personagens e para a história. Assim como a trilha sonora que aposta em muitos hits da atualidade como "Worth It" de Fifth Harmony, "Welcome to New York" de Taylor Swift e a clássica "I Love You Baby" de Gloria Gaynor, essa última que possuí uma certa importância durante a história.

E assim, o filme dirigido por Christian Ditter (Simplemente Acontece) não chegou para quebrar recordes de bilheteria ou ainda chamar a atenção dos críticos, mas certamente diverte o público e se destaca por fugir do padrão de outras comédias românticas onde todos acabam "felizes para sempre" com o seu respectivo par. Aqui nós vemos que as vezes, ficar sozinho por um tempo não é necessariamente ruim.

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